domingo, 27 de abril de 2014

Fotos da impermanência

 Acordei tão cedo, tive um sonho tão lucido, tão bonito, que não queria mais acordar. Mas acordei, mais cedo que o habitual. Depois de olhar minhas muitas redes sociais, me deparo com o vazio de cada foto de cada pessoa. Gestos tão humanos para pessoas tão desumanas. Incrível como é importante manter a pose de algo que você, lucidamente, não é. Olho minhas fotos e vejo o mesmo, as fotos não definem o que estou sentindo, logo suas fotos não definem o que você sente também. Cada foto capta uma situação que você estará preso para sempre, e apenas em todo sempre poderão negar esse fato. Veja bem todas fotos, todos sorrisos, seu eu é tão normal, tão igual a todos. VOCÊ NÃO É DIFERENTE. Aceite, todos são iguais, querer a diferença é só um algo igual que você tem com todas as pessoas, pelo menos uma grande maioria. Aqueles que procuram a normalidade são apenas o oposto, mas ainda assim, não são diferentes.

 Seu falso sorriso não engana quem realmente vê, mesmo que seja um sorriso tão angelical, um sorriso tão belo, de uma pessoa tão bela... Eu sempre imagino, será que ela esta bem? seu sorriso esconde algo?.
   Não saberei da resposta hoje.

 Queria uma foto que revelasse o sentimento atual de uma pessoa querida. Eu saberia quando me preocupar, ou talvez, me preocuparia menos. Sou quase como um pai protetor, quero o tempo todo saber como esta minha filha, mas ela não é minha filha, ela tem um jeito tão acolhedor, tão protetor... acho que seria justo ela ser a mãe.

 Uma foto que revelasse os sentimentos, uma maquina que fizesse isso valeria bilhões. Imagine saber se seu chefe esta de bom humor para pedir aquele aumento. Saber como se sente realmente as mulheres ao seu redor. Saber como esta aqueles amigos distantes. Sabe como você se sente.

 Nada deveria ser tão chato quanto uma foto, uma lembrança, um ato passado. O presente é um dom, devemos aprecia-lo. Você não precisa de uma maquina que tira foto de sentimentos, talvez você só precise perguntar com sinceridade para aquela pessoa;

 "Tudo bem mesmo?"

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